A estratégia de editar geneticamente células de defesa para que elas “aprendam” a combater o câncer está próxima do alcance dos brasileiros. Aprovada comercialmente nos Estados Unidos no final de agosto, a terapia que promete ser um salto importante na oncologia está na mira de vários centros de saúde no País.
O Hospital Israelita Albert Einstein, localizado em São Paulo, anunciou que deve fazer os primeiros tratamentos experimentais no Brasil em 2018. A instituição separou uma sala especial para isso e já tem pesquisadores em treinamento nos Estados Unidos. A ideia é ser o primeiro centro de terapia genética do câncer na América Latina.
A primeira das novas terapias para o câncer que deve chegar ao Einstein é a TIL, indicada para o melanoma e com taxa de cura em torno de 30% dos casos. O processo da TIL consiste em retirar o tumor do paciente e extrair as células de defesa (linfócitos T que infiltram o tumor), cultivá-las em laboratório, expandir em grande quantidade e depois reinjetá-las no paciente. Vale lembrar, que a terapia, no entanto, ainda deverá ser regulamentadas por órgãos reguladores e comitês de pesquisa.
Trata-se de um salto estratégico, muito mais que apenas mais uma novidade em tratamentos. A medicina com a imunoterapia genética tem a possibilidade de fazer com que o corpo “aprenda” a combater o tumor caso ele volte – técnica que é bem diferente de eliminar células cancerígenas por meio de cirurgia ou quimioterapia.