Isabella Xavier notou que uma pinta parecia inflamada, mas nunca imaginou que pudesse ser um melanoma invasivo. Estudante de Medicina, ela conhecia bem a doença e sua gravidade. Conheça abaixo sua história.
“Meu nome é Isabella Xavier, tenho 37 anos e sou estudante de Medicina. Sou mineira de Belo Horizonte, mas moro há oito anos em João Pessoa, capital da Paraíba.
Tenho a pele muito branca, daquele tipo que nunca bronzeia, só fica vermelha. Sempre fui a “doida” do protetor solar, daquelas que passam o tempo, inclusive nas outras pessoas. Não tenho um histórico de exposição solar intensa, porém vivo em uma cidade onde faz calor o ano inteiro. Com certeza meu braço já tomou muito sol sem proteção enquanto eu dirigia.
Eu tinha um sinal pequeno no braço direito, próximo ao musculo deltoide, região onde normalmente tomamos vacina. Apesar de não sentir nenhum incômodo, estranhei quando o sinal formou uma casquinha, parecendo inflamado. Pensei em procurar um dermatologista, mas sem urgência.
Mais ou menos um mês depois, minha cunhada veio passar uma temporada em minha casa e sentiu uma coceira na mão. Marquei uma consulta na dermatologista para ela. Aproveitei e pedi para médica observar e retirar meu sinal. A médica também imaginou não se tratar de nada grave, mas encaminhou para biópsia.
Melanoma invasivo
Já esquecido o assunto resolvi procurar o laudo. Perdi o chão quando li “melanoma invasivo”. Por coincidência, estava no meio de uma aula de Patologia. O médico que assinava assinado o laudo era o chefe da minha professora. Foi tudo muito intenso. Melanoma? Eu tinha um câncer?
Sabia exatamente da situação desafiadora em que me encontrava e da gravidade da doença. Já tinha estudado um pouco de Dermatologia na faculdade e justamente estudando biópsias de pele na Patologia. Por sorte, por intervenção divina e pela coceira na mão da minha cunhada, descobri cedo. O tumor era invasivo, mas estava ainda na derme papilar. Fizemos a cirurgia de ampliação de margens e a biópsia voltou limpa. Que alívio!
Impossível viver isso e não passar a enxergar a vida de uma forma diferente, de não acreditar que cada dia é uma oportunidade de agradecer e viver melhor. Felizmente, não precisei fazer outros tratamentos além da cirurgia. Só tenho a agradecer.
Quando recebi o diagnóstico, corri para a Internet em busca de algo que pudesse me acalmar. Procurei relatos de pacientes, sites de ONGs… Tudo que pudesse trazer um “quentinho” para meu coração. Assim descobri o Instituto Melanoma Brasil.
Desejo muita força a todos os “irmãos de pina”. Para quem está em tratamento, espero que Deus esteja ao seu lado e permita o melhor prognóstico possível. Tenhamos fé na ciência e nos tratamentos, que não param de evoluir.
Depois de tudo que vivi, sou ainda mais fissurada no filtro solar. Sempre digo: o protetor é nosso melhor amigo, o sol em excesso não. É uma delícia curtir dias lindos na praia, mas sempre com muito cuidado. E fique de olho nas pintas e sinais do seu corpo. Na dúvida, procure um dermatologista!”