Um estudo apresentado no começo de outubro no Congresso da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia mostrou que a Inteligência Artificial pode ajudar a identificar o câncer de pele em estágios iniciais, incluindo o melanoma.
O trabalho testou três versões de um software de AI durante dois anos e meio. No total, 22.356 pacientes com suspeita de câncer de pele foram avaliados no período.
Entre abril de 2022 e janeiro de 20023, a versão mais recente do software detectou 189 de todos os 190 cânceres de pele (99,5%) que ocorreram nesta população, assim como 541 de 585 lesões pré-cancerosas (92,5%) e todos os 59 casos de melanoma.
Os resultados representam uma melhora significativa em relação à primeira versão do programa, testada em 2020 e 2021. Na ocasião, o programa teve 85.9% de detecção dos casos de melanoma, 83,8% para os casos de câncer de pele não melanoma e 54,1% para lesões pré-cancerosas.
No entanto, apesar da evolução e dos resultados animadores, os autores do estudo ponderam que o programa deve ser usado em conjunto com outros profissionais. A Inteligência artificial pode ajudar a identificar o cancer de pele, mas não substitui a avaliação do médico dermatologista.
Dra. Vanessa Mussupapo, dermatologista e integrante do Conselho Consultivo do Instituto Melanoma Brasil, endossa a opinião. “A IA serve como ferramenta adicional na detecção de lesões suspeitas. A telemedicina veio para ficar, principalmente para os pacientes que não têm oportunidade de consultar um médico dermatologista”, informa ela. “Mas não substitui a avaliação médica. No entanto, a IA pode contribuir com a triagem e ajudar a diferenciar casos de câncer de pele de lesões benignas”, afirma Dra. Vanessa.