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Imunoterapia contra o câncer vence Prêmio Nobel de Medicina

Anunciado na segunda-feira, dia 1 de outubro, o Prêmio Nobel de Medicina ou Fisiologia reconheceu o americano James P. Allison o japonês Tasuko Honjo por suas pesquisas relacionadas à imunoterapia, uma das modalidades terapêuticas mais promissoras para diferentes tipos de câncer.  Suas pesquisas originaram duas das drogas mais promissoras no tratamento de melanoma metastático: os anticorpos monoclonais anti-CTLA-4 e anti-PD-1 e PD-L1.

A imunoterapia aposta no próprio sistema imunológico dos pacientes para combater os tumores e representa o  quarto pilar do tratamento oncológico, ao lado da quimioterapia, cirurgia e radioterapia.

Nas últimas décadas, o avanço nas pesquisas aumentou a eficácia da imunoterapia  para diversos tumores, como câncer de pulmão, de rim e melanoma, que não respondiam bem às drogas que existiam anteriormente. Isso possibilitou  melhora da curva de sobrevivência e na qualidade de vida dos pacientes.

Os pesquisadores estudaram, separadamente, os mecanismos que regem a interação das células do tumor com as células sistema imune e o modo como o tumor consegue “escapar” do sistema imune para, a partir disso, descobrir como reativar a ação do sistema imune contra a célula tumoral.

Os tumores produzem proteínas chamadas checkpoints, que bloqueiam o linfócito T, a célula mais importante do sistema imunológico a atacar o câncer. As drogas pesquisadas pelos premiados acabam com esse bloqueio e recuperam o pode de ataque dos linfócitos paralisados pelas proteínas.

James P. Allison, imunologista da Universidade do Texas, descobriu que um bloqueio na proteína CTLA-4 pode retirar o “freio” sobre os linfócitos, fazendo com que as células atacassem o tumor novamente. O primeiro estudo foi realizado em ratos em 1994.

Em  2010, um estudo clínico mostrou com o inibidor de CTLA-4 em pacientes de melanoma apresentou um significativo acréscimo na sobrevida, algo jamais visto anteriormente. A droga foi liberada em 2011.

Tasuko Honjo, imunologista da Universidade de Kyoto,  estudou a PD-1, proteína dos linfócitos T que os impede de combater outras células do organismo. Os inibidores de PD-1 e PD-L1 aumentaram a resposta imunológica contra o melanoma e contribui para a diminuição do tumor e aumento na sobrevida.

No caso do melanoma, os medicamentos apresentam resultados especialmente satisfatórios quando utilizadas em conjunto.  “O melanoma avançado era uma doença praticamente sem opções terapêuticas”, afirma Dr. Rodrigo Munhoz, oncologista clínico e membro do comitê científico do Instituto Melanoma Brasil. “O surgimento dessas drogas abriu novos horizontes no combate à doença.”

 

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