O uso combinado das terapias alvo dabrafenibe e trametinibe demonstrou impacto favorável no tratamento de pacientes de melanoma avançado, segundo um novo estudo publicado no New England Journal of Medicine e apresentado durante a última edição do Congresso Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), realizado no começo do mês em Chicago.
No trabalho, que reuniu os dados de dois estudos, COMBI-d e COMBI-v, foi avaliada a eficácia da combinação de dabrafenibe e trametinibe em pacientes não previamente tratados com um alvo específico, a mutação do gene BRAF. A combinação dos medicamentos resultou no aumento aumento na proporção de pacientes sem progressão e aumento da sobrevida nos pacientes estudados, com mais de um terço dos pacientes vivos após 5 anos.
Dr. Rodrigo Munhoz, oncologista clínico e integrante do Comitê Científico do Instituto Melanoma Brasil, afirma que os resultados são animadores. “Os quase 35% de pacientes com mutação do BRAF vivos após cinco anos são muito diferentes do padrão histórico, que ficava entre 5 e 10%, e se aproxima do padrão verificado na imunoterapia, que oscila de 35 a 40%”, afirma ele. “Isso mostra que pacientes tratados com terapia alvo também podem ter benefícios no longo prazo. A combinação dos medicamentos pode ser uma nova alternativa para permitir que os pacientes vivam mais”, finaliza o médico.