Sabemos que a atividade esportiva traz inúmeros benefícios à saúde. Muitas dessas atividades são ao ar livre, deixando os indivíduos em contato com a radiação ultravioleta por períodos prolongados. As queimaduras solares constituem o principal fator de risco ambiental para o desenvolvimento do câncer cutâneo. Exposições extremas a radiação solar ocorrem em especial na prática de esportes como esqui, montanhismo, triatlo e ciclismo. Outros esportes com dose excessiva de radiação ultravioleta são o tênis, golfe, vela.
Os esportes ao ar livre levam a exposição mais intensa e prolongada ao sol. A fotoproteção adequada pode ser realizada evitando horários de radiação ultravioleta mais intensa, proteger-se nas sombras, usar filtros solares resistentes à água e ao suor e proteção física como roupas, chapéus.
Alguns esportes dificilmente ocorrem em locais com sombra. Por isso, o índice de queimaduras solares nos atletas profissionais é alto. Um estudo realizado com maratonistas na Áustria observou que , ao comparar com a população em geral, o grupo de maratonistas possuía mais lesões lentiginosas, nevos melanocíticos atípicos. Esse mesmo estudo apresentou casos de melanoma em maratonistas, que foi mais incidente no tórax posterior e ombros, em pacientes com mais de 50 nevos ou nevos atípicos.
O esporte é benéfico à saúde da população, mas as atividades ao ar livre estão associadas ao desenvolvimento de câncer de pele. Todos os indivíduos nessas condições , principalmente aqueles com fatores pessoais de risco como pele clara, presença de vários nevos ou nevos atípicos, devem adaptar seus treinamentos para diminuir a exposição ultravioleta.
QUESTÃO DE PELE – por Dra. Ana Cristina Guimarães Martins, Dermatologista e membro do Comitê Científico do Instituto Melanoma Brasil.