O tratamento de um melanoma é uma situação desafiadora, mas também pode impulsionar a solidariedade e a busca por maneiras de transformar a própria dor em um combustível para ajudar a si mesmo e a outras pessoas.
Foi exatamente o caso da fotógrafa Valéria Krielling. No primeiro semestre deste ano, sua filha Julia, de apenas 8 anos, foi diagnosticada com melanoma em estágio 2. Embora possa atingir pacientes de todas as idades, o melanoma pediátrico é extremamente raro. O tratamento foi um sucesso, mas impactou no ânimo de Valéria, que é mãe de outros cinco filhos, de 6 a 27 anos. “Eu passava o dia todo muito preocupada, não tinha vontade de nada”, lembra ela.
Nova esperança
Com o incentivo do marido, Valéria resolveu usar suas habilidades manuais – ela arrasa na costura e no artesanato – para desviar o foco dos pensamentos e criar um brinquedo diferente para Julia e a irmã caçula, Beatriz, de 6 anos. Com as próprias mãos, desenhou e costurou uma linda boneca carequinha, de turbante. Perfeccionista, produziu três modelos até chegar exatamente ao aspecto que desejava.
O brinquedo fez sucesso entre suas filhas, mas não só. Outras crianças quiseram ter as suas também. Aos poucos, o que começou como um hobby cresceu e trouxe mais força e positividade para a fotógrafa. Nasceu então o Projeto Boneca Esperança. Uma linha de bonecas carequinhas, de turbante, com roupinhas personalizadas. “As bonecas ajudam as crianças a compreender a perda dos cabelos e outros acontecimentos comum aos pacientes com câncer”, conta Valéria.
Desde março, a fotógrafa produziu aproximadamente 140 bonecas. A cada brinquedo vendido, outro é doado para ONGs ou instituições que atendam pacientes oncológicos ou crianças carentes. O que começou despretensiosamente não tem prazo para acabar. “Pretendo criar bonequinhas de todos os tipos físicos. Com isso, quero espalhar mais esperança e positividade pelo mundo”, afirma ela. Para saber mais sobre o projeto, acesse o perfil do Instagram @esperancabonecas.